Sonhos

Hoje vi a ponte 25 de Abril insuflável, como se de uma diversão da Feira Popular se tratasse. Abanando por todos os lados, dado o imenso vento que se fazia sentir, tudo deitava abaixo ao mesmo tempo que parecia esvaziar-se para voltar a encher-se de ar. Nela estavam os meus pais, os únicos sobreviventes que se aguentavam sempre firmes em todos os picos dessa catástrofe. Quando o vento parou, saíram como se nada se tivesse passado. Descansei então. A sua tranquilidade e confiança eram as mesmas que lhes conheço quase há 30 anos, nada deixando transparecer da sua angústia ou preocupação. Retive-me no sorriso da minha mãe, ele que em tudo é o segredo da felicidade.